Sidnei Felipe da Silva
Mestrando do Programa de Pós-Graduação
em Geografia
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Andréa Bezerra Falcão
Mestranda do Programa de Pós-Graduação
em Educação
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Introdução
Ciente
de que a educação escolar indígena ainda encontra-se muito relacionada e
dependente da educação escolar regular, torna-se necessário fazer uma educação
que contemple as especificidades das comunidades indígenas potiguaras do
litoral norte paraibano, bem como práticas docentes que colaborem para a
preservação e conservação dos recursos naturais disponíveis em seu território.
De
acordo com Scandiuzzi (2009) fica constatado que a educação indígena sem a
interferência, dos “não indígenas”, é impossível, pois os meios de comunicação
estão presentes em quase todos os lugares do planeta, e o processo de
globalização acelera o dinamismo cultural
Desenvolvimento
A
escolha da referida temática ocorreu a partir do conhecimento prévio das
histórias de lutas dos índios Potiguaras por suas terras, conforme Moreira e
Andrade (2008),
A Terra Indígena (TI) Potiguara, localizada na
zona costeira do estado da Paraíba, foi demarcada em 1983 e homologadas em
1991. A TI Potiguara encontra-se dividida em três contíguas, quais sejam: TI
Potiguara, TI Potiguara de Monte-Mor e TI de Jacaré de São Domingos. Possuindo
em sua totalidade, uma área de aproximadamente 33.757,73 há.
As
lutas com usineiros e empresários (latifundiários) para que não destruam e não
poluam o meio ambiente, as batalhas travadas com a Companhia de Tecidos Rio
Tinto (CTRT) pela demarcação das terras indígenas, e finalmente as terras que
pertencem a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, uma reserva
classificada como Unidade de Conservação (UC), criada em 10 de setembro de
1993, pelo Decreto Federal nº 924, dentro de seus limites, encontram-se
incluídas seis aldeias indígenas da tribo Potiguara, pertencentes a uma reserva
indígena gerida pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), situando-se, na margem
esquerda da foz do Rio Mamanguape, no litoral norte do estado da Paraíba.
De
acordo com Steinberger (2006), territorial e ambiental são formas-conteúdo
gerais expressões maiores da totalidade do espaço, sendo que a ambiental
resulta dos efeitos dos maus tratos do homem à natureza que acontecem em
frações do espaço e frações do território.
A APA (Área de Proteção Ambiental) conta com
remanescentes da Mata Atlântica, e outros biomas que são de fundamental
importância para a preservação, como a maior área de manguezal conservado do
estado da Paraíba. E dentre as atividades econômicas realizadas na APA
destacam-se duas Usinas de cana-de-açúcar e álcool, estabelecimentos
tradicionais com carcinocultura, atividade turística no Centro Nacional de
Mamíferos Aquáticos relacionado ao Projeto Peixe-Boi e atividades familiares de
subsistência.
O
processo histórico como vetor explicativo das situações sócio-territoriais
contemporâneas e os movimentos de resistência à acelerada transformação sócio-territorial
imposta pelo capitalismo, são temas relevantes nos estudos geográficos atuais.
(MITIDIERO JUNIOR, 2010).
Conclusão
Diante
das questões de conflitos socioambientais neste território, marcado pela
superposição de terras, a educação escolar indígena, torna-se uma relevante
ferramenta que precisa contemplar os conhecimentos e saberes destes atores, os
mesmos devem ser respeitados e as suas realidades trazidas para dentro da sala
de aula e desta sair para contribuir na possível resolução de problemas
socioambientais locais e compreender as transformações sócio-territoriais que
historicamente são produzidas e reproduzidas nesta comunidade indígena.
Referências
BRASIL.
Ministério da Educação e de Desporto. Educação
Escolar Indígena: diversidade sociocultural indígena ressignificando a escola. CADERNOS
SECAD 3 – Secretaria da educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.
Brasília: 2007.
MITIDIERO JUNIOR, M. A. A ação territorial de uma igreja radical: teologia da libertação, luta
pela terra e a atuação da Comissão Pastoral da Terra no Estado da Paraíba. Curitiba:
Editora CRV, 2010.
MOREIRA, J. F. & ANDRADE, M. O. Conflitos Sócio-ambientais na APA da Barra
do Rio Mamanguape: O Caso da Atividade de Carcinocultura. Disponível em http://www.anpas.org.com.br/encontro4/cd/arquivos/GT1-1049-950-20080510214634.pdf. Acesso em: 16 out.
2010.
SCANDIUZZI, P. P. Educação indígena x educação escolar indígena: uma relação etnocida
para uma pesquisa etnomatemática. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
STEINBERGER, M. (Org). Território, ambiente e políticas espaciais.
Rio de Janeiro: LGE, 2006.
http://www.ibama.gov.br <acesso em 10 de
agosto de 2011, 13:15>
http://www.sectma.pb.gov.br <acesso em 10 de
agosto de 2011, 14:00>
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