sábado, 19 de maio de 2012

A Etnogeografia





A Etnogeografia


 












ETNOGEOGRAFIA: REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO ESCOLAR EM TERRAS INDÍGENAS POTIGUARAS

Sidnei Felipe da Silva
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Andréa Bezerra Falcão
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Introdução
Ciente de que a educação escolar indígena ainda encontra-se muito relacionada e dependente da educação escolar regular, torna-se necessário fazer uma educação que contemple as especificidades das comunidades indígenas potiguaras do litoral norte paraibano, bem como práticas docentes que colaborem para a preservação e conservação dos recursos naturais disponíveis em seu território.
De acordo com Scandiuzzi (2009) fica constatado que a educação indígena sem a interferência, dos “não indígenas”, é impossível, pois os meios de comunicação estão presentes em quase todos os lugares do planeta, e o processo de globalização acelera o dinamismo cultural

Desenvolvimento
A escolha da referida temática ocorreu a partir do conhecimento prévio das histórias de lutas dos índios Potiguaras por suas terras, conforme Moreira e Andrade (2008),
 A Terra Indígena (TI) Potiguara, localizada na zona costeira do estado da Paraíba, foi demarcada em 1983 e homologadas em 1991. A TI Potiguara encontra-se dividida em três contíguas, quais sejam: TI Potiguara, TI Potiguara de Monte-Mor e TI de Jacaré de São Domingos. Possuindo em sua totalidade, uma área de aproximadamente 33.757,73 há.

As lutas com usineiros e empresários (latifundiários) para que não destruam e não poluam o meio ambiente, as batalhas travadas com a Companhia de Tecidos Rio Tinto (CTRT) pela demarcação das terras indígenas, e finalmente as terras que pertencem a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape, uma reserva classificada como Unidade de Conservação (UC), criada em 10 de setembro de 1993, pelo Decreto Federal nº 924, dentro de seus limites, encontram-se incluídas seis aldeias indígenas da tribo Potiguara, pertencentes a uma reserva indígena gerida pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), situando-se, na margem esquerda da foz do Rio Mamanguape, no litoral norte do estado da Paraíba.
De acordo com Steinberger (2006), territorial e ambiental são formas-conteúdo gerais expressões maiores da totalidade do espaço, sendo que a ambiental resulta dos efeitos dos maus tratos do homem à natureza que acontecem em frações do espaço e frações do território.
 A APA (Área de Proteção Ambiental) conta com remanescentes da Mata Atlântica, e outros biomas que são de fundamental importância para a preservação, como a maior área de manguezal conservado do estado da Paraíba. E dentre as atividades econômicas realizadas na APA destacam-se duas Usinas de cana-de-açúcar e álcool, estabelecimentos tradicionais com carcinocultura, atividade turística no Centro Nacional de Mamíferos Aquáticos relacionado ao Projeto Peixe-Boi e atividades familiares de subsistência.
O processo histórico como vetor explicativo das situações sócio-territoriais contemporâneas e os movimentos de resistência à acelerada transformação sócio-territorial imposta pelo capitalismo, são temas relevantes nos estudos geográficos atuais. (MITIDIERO JUNIOR, 2010).

Conclusão
Diante das questões de conflitos socioambientais neste território, marcado pela superposição de terras, a educação escolar indígena, torna-se uma relevante ferramenta que precisa contemplar os conhecimentos e saberes destes atores, os mesmos devem ser respeitados e as suas realidades trazidas para dentro da sala de aula e desta sair para contribuir na possível resolução de problemas socioambientais locais e compreender as transformações sócio-territoriais que historicamente são produzidas e reproduzidas nesta comunidade indígena.

Referências
BRASIL. Ministério da Educação e de Desporto. Educação Escolar Indígena: diversidade sociocultural indígena ressignificando a escola. CADERNOS SECAD 3 – Secretaria da educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: 2007.

MITIDIERO JUNIOR, M. A. A ação territorial de uma igreja radical: teologia da libertação, luta pela terra e a atuação da Comissão Pastoral da Terra no Estado da Paraíba. Curitiba: Editora CRV, 2010.

MOREIRA, J. F. & ANDRADE, M. O. Conflitos Sócio-ambientais na APA da Barra do Rio Mamanguape: O Caso da Atividade de Carcinocultura. Disponível em http://www.anpas.org.com.br/encontro4/cd/arquivos/GT1-1049-950-20080510214634.pdf. Acesso em: 16 out. 2010.

SCANDIUZZI, P. P. Educação indígena x educação escolar indígena: uma relação etnocida para uma pesquisa etnomatemática. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

STEINBERGER, M. (Org). Território, ambiente e políticas espaciais. Rio de Janeiro: LGE, 2006.

http://www.ibama.gov.br <acesso em 10 de agosto de 2011, 13:15>

http://www.sectma.pb.gov.br <acesso em 10 de agosto de 2011, 14:00>

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